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terça-feira, 28 de setembro de 2010

poemas na onipotência do tempo ( pre-ten-sioooso )

JANELA ILEGÍVEL

“...pela estrada eu vou,
estrada eu sou.”
Almir Satter
e Renato Teixeira



Não sei a medida
Do vento.

Até onde chega.

Será capaz de passar
Onde não me vejo?

Enquanto se espalha
Além da janela
Sopra por lugares
Que não sabia existir.

O que mais poderá
Me percorrer assim?
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CRIAÇÃO

Perco-me
Entre as dobras
Do tempo.

As horas
Se esquecem
De mim.
Preencho-me
De unidades alheias
À sua vontade.

O ar sopra.
Só lá fora.
Crio os ventos.
Percorrem os caminhos
De minhas pedras.

As estações
Não se valem
Do que me brota:
Flores e seixos,
Amores e securas.
Todos soltos
Pela estrada


Marés enchem
E esvaziam ao gosto
Do que se mingua e cresce,
Enche e se renova
No céu que levanto.


Pronto: o controle está posto.
Preciso agora de personagens e fatos.
Coisas que me comparem ao criador.



Um comentário:

Anônimo disse...

Benê,
que lindo isso. Sensível e calmo.
adorei!
Vou lê-lo aos poucos, durante os dias.
Obrigada pelos elogios e observações lá no blog.

:)